tag:blogger.com,1999:blog-57347462133719781172024-03-06T05:38:58.499+00:00Bom TextoUnknownnoreply@blogger.comBlogger153125tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-54591683790234685352014-07-08T12:46:00.000+01:002016-05-09T11:19:51.233+01:00NotasQueridos dois leitores que o meu silêncio ainda não alienou,
Não é hoje que retomo a actividade regular no blogue; passei cá só para tomar umas notas neste meu caderno público, que quiçá vos façam proveito. Não são verdades absolutas nem rasgos de originalidade, mas foram pequenas epifanias que tive – que não li apenas, que tive mesmo – e que, só por isso, merecem ser grafadas. São duas ou três Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-70766841777910070792014-06-06T09:14:00.000+01:002014-06-06T09:14:35.431+01:00Conselhos para a escrita de contos, segundo Roberto BolañoUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-55211452231619490832014-03-07T10:15:00.000+00:002014-03-07T10:15:00.457+00:00Verdade verdadinha
Literature is the right use of language irrespective of the subject or reason of utterance.
Evelyn WaughUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-33865425767380739462014-03-05T10:24:00.000+00:002014-03-05T10:24:00.882+00:00EscRever
Valério Romão, autor de várias obras – onde se inclui um conto publicado no primeiro número da edição portuguesa da revista Granta (que depois foi traduzido e que passará ao ecrã) – disse isto ontem na sua página de Facebook. Nós, por cá, não podíamos concordar mais!
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-51591114632602716242014-03-04T10:12:00.000+00:002014-03-04T22:13:53.835+00:00Vida de autor
Na cerimónia dos Óscares de domingo, aquando da entrega dos prémios para melhor argumento, Robert De Niro disse o seguinte: «The mind of a writer can be a truly terrifying thing. Isolated, neurotic, caffeine-addled, crippled by procrastination and consumed by feelings of panic, self-loathing and soul-crushing inadequacy. And that’s on a good day.» Animador, não? :) Mas Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-6803458620665298722014-02-21T10:33:00.000+00:002014-02-21T10:33:00.056+00:00A voz
Talvez mais importante do que tudo o resto numa obra – tema, personagens ou correção linguística – seja a voz, quer se trate de um poema curto ou um romance de quinhentas páginas. A voz de um autor é aquilo que o torna único, diferente de tudo o que veio antes, do que virá depois e do que os seus contemporâneos estão a fazer. Alguns autores encontram esta voz depressa e ela surge-lhes Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-43222436388975980692014-01-02T17:45:00.000+00:002014-01-02T17:45:52.871+00:002013
Foi um ano de poucos posts. Quando penso nisso, sinto alguma pena, mas não dura muito —
outros fazem-no tão bem ou melhor do que eu, a minha freguesia, embora
importante, não é muita, e, sobretudo, tenho mais que fazer. Enquanto
tiver mais que fazer, os blogues ficarão para segundo plano. Em todo o
caso, são projectos em curso, longe de falecidos. Como eu.
Para post de despedida Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-2769506903579798082013-12-20T18:26:00.004+00:002014-01-02T17:46:27.232+00:00Boas festas!
Com muito bolo-rei e sem gralhas. :)
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-78086152105984307532013-12-18T16:07:00.002+00:002013-12-18T16:18:07.725+00:00Os tis não são todos iguais
Depois deste artigo da semana passada sobre acentos, chamaram-me a atenção para o facto de o til não ser propriamente um acento e sim um sinal gráfico de nasalação que pode funcionar como acento, como bem explica o Ciberdúvidas. Na palavra órfão, pelos vistos, o til não é um acento. Mas dá algum jeito falar em «sinal gráfico de nasalação»? Para efeitos práticos, prefiro não Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-41992676833442848512013-12-12T16:57:00.004+00:002013-12-12T17:05:57.801+00:00Acentos inesperados
Gosto muito de palavras com acentos onde menos se espera. Parecem-me sempre muito futuristas e dissonantes. Uma delas é «órfão», que leva dois acentos, embora muita gente pense que só leva um, no ão. Se a palavra não fosse duplamente acentuada, leríamos «orfão», como em «orfeão». De todas elas, acho que a minha preferida é «averigúe». Adoro aquele acento no u. Se não estivesse lá, ler-se-ia «Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-14923599040891492752013-12-11T14:13:00.000+00:002013-12-11T14:15:55.427+00:00De que precisamos para escrever?Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-34342433511711829912013-12-06T20:38:00.000+00:002013-12-11T14:14:52.204+00:00Ensinamento n.º 1
Há uns anos, fiz um curso de escrita criativa com o Rui Zink. Colhi daí várias ideias que entretanto esqueci e também uma ou outra que ficarão comigo para sempre. O mais importante que aprendi (confirmei) foi sobre mim e não sobre a escrita em si: que gosto mesmo de palavras e que elas também não se dão mal comigo. O principal ensinamento, esse, é transmissível:
À primeira sai sempre piroso,Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-36279115446216295952013-12-05T10:41:00.001+00:002013-12-05T10:41:43.951+00:00Desmitificar / desmistificar
Este é um daqueles pequenos enganos em que quase toda a gente incorre: trocar mitificação com mistificação. «Mitificação» diz respeito a mito, conceção ilusória ou forma de pensamento primitiva, não científica; «mistificação» diz respeito a mistificar, 1) ato ou efeito de enganar alguém ou 2) atribuir carácter místico a alguma coisa. O mito e a mística são coisas vagamente parecidas, Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-41132438032604210472013-12-02T12:43:00.001+00:002013-12-02T12:43:40.548+00:00Microcontos à segunda-feiraQuando acordou, o dinossauro ainda estava lá.
Augusto Monterroso Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-43067428072911110282013-11-28T15:09:00.001+00:002013-11-28T15:12:42.246+00:00Assumir e presumir
De há uns anos a esta parte, vejo todos os dias gente a dizer e escrever coisas como: «assumi que estarias em casa», «inicialmente, assumimos que era seguro», «não assumas se não tens dados suficientes para o fazer». O que, na verdade, estas pessoas querem dizer é presumir.
«Assumir» é um verbo transitivo que significa:
1. tomar sobre si; atribuir-se
2. Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-75520371649742355402013-11-25T10:07:00.000+00:002013-11-25T15:37:47.428+00:00Roleta emocionalNas minhas deambulações internéticas, encontrei a seguinte imagem:
Esta roda conterá o espectro das principais emoções humanas devidamente agrupadas e subdivididas. Não sei de onde vem este gráfico, se é usado na área de psicologia ou noutra. Também não sei se as emoções vividas são assim tão simples. Contudo, as aqui listadas resumem e catalogam com relativa eficácia a maioria dos estados Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-59457007795887358282013-11-21T14:57:00.000+00:002013-11-21T14:57:22.628+00:00Deixar livros a meio (como leitores)
No blogue do Goodreads, encontrei o seguinte gráfico sobre livro deixados a meio, o que nos leva a fazê-lo, quais os mais abandonados, etc. Há muitas pessoas que se recusam a deixar livros (e filmes e refeições) a meio, mesmo quando não estão a gostar, mas muitas outras – como eu –, desistem se a experiência não lhes está a saber bem, seja por qual for o motivo. O motivo costuma ser a parte maisUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-87300463997900049812013-11-18T12:48:00.000+00:002013-11-18T12:52:55.908+00:00«Há x tempo atrás»
Quase toda a gente diz ou escreve «há x dias/meses/anos atrás» e fá-lo sem pensar duas vezes. Se pensasse, constataria que quando dizemos que há é porque já houve (ou está a haver, mas, como falamos de tempo, ele já passou; afinal, tempus fugit...) e, nesse caso, dizer atrás é pleonasmo, um pouco como «subir para cima». Percebe-se que esse complemento serve para reforçar a ideiaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-2918060210539503082013-11-15T18:18:00.000+00:002013-11-15T18:18:21.342+00:00Assentos e acentos
Lembramos: por mais que a população insista, «cu», «peru», «menu» ou «cru» não levam acento...
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-63741513309970638212013-11-12T18:30:00.001+00:002013-11-12T18:33:11.318+00:00De
Estas duas letrinhas – de – são, para algumas pessoas, as mais difíceis de gerir. Não me refiro ao «de» dos apelidos e sim ao «de» mais prosaico que devemos pôr aqui e ali para que o que dizemos e escrevemos faça sentido. Deparo todos os dias com exemplos de má utilização do «de», em que ele ora lá está, ora está em falta. Exemplos? Cá vão dois:
Ele chamou-me de estúpida.
Deite fora coisas Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-37737416548636026122013-11-11T10:38:00.000+00:002013-11-11T10:38:00.111+00:00Prioridades
No outro dia, encontrei esta imagem no mural de Facebook de uma pessoa próxima. Este tipo de «postais» costumam ter piada e são geralmente irónicos ou satíricos, mas por vezes os seus autores limitam-se a exprimir o enfado que sentem para com o resto do mundo, como acontece neste caso. O postal não me parece nada irónico e, francamente, não sei como pode alguém achar que é mais importante um Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-16069704104654358962013-11-08T09:46:00.000+00:002013-11-08T09:46:24.012+00:00Problemas pontuais
Clique na imagem para a aumentar.
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-23646176910548743152013-11-06T10:36:00.000+00:002013-11-06T10:36:00.390+00:0022 pistas (porque aqui não acreditamos em regras fixas ou soluções mágicas) para escrever histórias
Se estivermos atentos, aprendemos com tudo à nossa volta. Os filmes – as histórias neles contidas – são uma fonte de conhecimento especialmente rica e acessível. Os estúdios de animação Pixar têm-se revelado mestres a contar histórias. Emma Coats, que trabalhou naquela empresa, compilou em 2011 alguns dos princípios por que a equipa de guionistas e desenhadores se regia e que se podem aplicar a Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-86665304544676287322013-11-04T10:31:00.000+00:002013-11-04T10:31:00.281+00:00«Write what you know»?
Este conselho – «escreve sobre as coisas que conheces» –, que se dá recorrentemente a quem escreve ou quer escrever, será útil para muitos, mas deixa-me paralisada. É verdade que, como aconselhei aqui, tenho a vantagem de já ter tido várias profissões, de já passado por muitos universos, mas para se escrever sobre aquilo que se sabe é preciso saber-se alguma coisa, e eu, precisamente, Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5734746213371978117.post-66661604678656460672013-10-30T10:35:00.000+00:002013-10-30T11:48:00.834+00:00Vírgulas
A utilização da vírgula dá dores de cabeça a muita gente. Embora haja algumas regras, também há muitas exceções e espaço para a subjetividade. Há vírgulas obrigatórias e proibidas (sempre com salvaguardas), que mudam completamente as ideias numa frase, mas também há vírgulas de estilo, que tanto podem lá estar, como não. A somar a isto há ainda o espírito da época, que ora subtilmente preconiza Unknownnoreply@blogger.com0