25/05/2012

Dicionar à antiga

Trabalho rodeada de dicionários, virtuais e em papel, mas há já algum tempo que não recorria aos cartapácios que tenho aqui na estante à minha esquerda, ficando-me pelos oráculos on-line. Nos últimos dias, porque tinha de estar absolutamente concentrada, desliguei o modem para não cair nas tentações da internet e trabalhei exclusivamente com os dicionários em papel.

Resultado? Alegria pura e simples. Não há links, é certo, mas percorrer o caminho entre as palavras pelas minhas próprias mãos soube-me que nem ginjas. É que também não há publicidade, ruído visual detestável que não nos deixa pensar tranquilamente nas coisas, saborear o verbete como quem beberica vermute.

Sem saber, já estava cheia de saudades dos encontros fortuitos de palavrinhas e palavrões, da trepidante viagem alfabética até chegar ao destino, só eu e o papel. Nada de publicidade a baba de caracol, zero sugestões de gadgets vistas sem querer pelo canto do olho, nada de jogos e de janelas a abrir sem eu lhes dar autorização. Quando abro um dicionário, a única coisa que quero abrir é a imaginação.

Há quem julgue os dicionários em papel tão obsoletos como as listas telefónicas. Que tontice. Eu não passo sem os meus, que se leem como um romance. E sabem que mais? Nestes dias sem internet nenhuma das pesquisas que fiz nestas páginas reais ficou sem resposta; pelo contrário, acho que descobri soluções que de outra forma não me teriam ocorrido.
 
Os dicionários on-line são convenientes, mas longa vida aos dicionários tradicionais!

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