30/10/2013

Vírgulas

A utilização da vírgula dá dores de cabeça a muita gente. Embora haja algumas regras, também há muitas exceções e espaço para a subjetividade. Há vírgulas obrigatórias e proibidas (sempre com salvaguardas), que mudam completamente as ideias numa frase, mas também há vírgulas de estilo, que tanto podem lá estar, como não. A somar a isto há ainda o espírito da época, que ora subtilmente preconiza o uso profuso da vírgula, ora recomenda a contenção. Perante este cenário, como não ficarmos confusos? O melhor mesmo é conhecermos bem as normas principais e, no que diz respeito às outras situações, valermo-nos dos nossos sensibilidade e bom senso.
Em português,  as vírgulas são um assunto complicado, mas não é só na nossa língua que elas podem representar um problema. Até no inglês, sempre tão conciso e prático, há casos dúbios. Exemplo disso é a famosa oxford comma uma vírgula que se costuma usar depois do último elemento de uma enumeração , que alguns entendem essencial e outros, supérflua. Tão controversa é esta vírgula que até existem músicas em sua honra:



Há debates acesos entre escritores, revisores e editores sobre se uma vírgula deve lá estar ou não. Entre académicos, as discussões são ainda mais sérias. Feitas as contas, esta coisa das vírgulas importa muito? Importa qualquer coisa. Mas, por mim, desde que o texto se mantenha claro e escorreito, deve haver liberdade. E vocês, o que acham? Quanto mais vírgulas melhor ou o mínimo possível?

28/10/2013

Ah, as redes sociais, as redes sociais...

Blogues, twitters e facebooks são uma ótima maneira de comunicarmos uns com os outros. Contudo, também revelam muitas vezes o mal que comunicamos. Diariamente, todos tropeçamos em gralhas ortográficas, erros gramaticais e raciocínios confusos, nossos ou alheios. No outro dia, li a seguinte frase no mural de alguém no Facebook:  

«Agradeço imenso de me ter aceite no seu grupo de Amigos.»

Ora, como já vimos aqui, imenso não deve ser usado desta maneira. Depois, nós agradecemos coisas, não agradecemos de coisas. Como também já referi aqui, com «ter» dizemos «aceitado» e não «aceite». Por fim, porquê escrever «amigos» com inicial maiúscula? Não faz sentido.

De uma só penada, uma série de erros. Não é grave, claro que não, mas tem a sua importância. Quando escrevemos nestes fóruns (tão vintage, falar em fóruns, não é?) estamos  a escrever para o mundo. E o mundo já é um sítio tão violento... não precisa dos nossos pontapés na língua.

25/10/2013

Caça às repetições

Em muitas línguas ocorre-me em particular o caso do inglês , a repetição de palavras num texto não tem grande importância, não choca quem lê. Em português, se usarmos com frequência e proximidade uma determinada palavra isso pode soar mal. «Soar mal» não é meramente subjectivo, revela falta de estilo, ausência de desembaraço na escrita. Havendo tantos vocábulos, porquê repetir sempre os mesmos termos?

Embora, consciente ou inconscientemente, tentemos evitar as recorrências, a verdade é que muitos de nós temos tiques de linguagem, bengalas discursivas, de que nem nos apercebemos. Ainda que não escrevamos uma e outra vez «tipos» ou «pás» como os dizemos em conversa, podemos incorrer em sucessivos «poréns», «incrementar» ou «redarguiu ele», o que acaba por cansar o leitor. 

Os revisores e editores de texto costumam chamar a atenção para esses casos, mas os autores também podem fazer um autodiagnósticos usando ferramentas automáticas de contagem de palavras disponíveis on-line. Uma delas chama-se Textanz e é gratuita durante os trinta dias de versão experimental. Se tem um texto importante em mãos, experimente. Pode ser que se surpreenda e detete os seus chavões a tempo.


(Clique na imagem para a aumentar.)

14/10/2013

Aviso

Este blogue não está suspenso, está em suspense, porque vêm aí novidades...