Em muitas línguas – ocorre-me em particular o caso do inglês –, a repetição de palavras num texto não tem grande importância, não choca quem lê. Em português, se usarmos com frequência e proximidade uma determinada palavra isso pode soar mal. «Soar mal» não é meramente subjectivo, revela falta de estilo, ausência de desembaraço na escrita. Havendo tantos vocábulos, porquê repetir sempre os mesmos termos?
Embora, consciente ou inconscientemente, tentemos evitar as recorrências, a verdade é que muitos de nós temos tiques de linguagem, bengalas discursivas, de que nem nos apercebemos. Ainda que não escrevamos uma e outra vez «tipos» ou «pás» como os dizemos em conversa, podemos incorrer em sucessivos «poréns», «incrementar» ou «redarguiu ele», o que acaba por cansar o leitor.
Os revisores e editores de texto costumam chamar a atenção para esses casos, mas os autores também podem fazer um autodiagnósticos usando ferramentas automáticas de contagem de palavras disponíveis on-line. Uma delas chama-se Textanz e é gratuita durante os trinta dias de versão experimental. Se tem um texto importante em mãos, experimente. Pode ser que se surpreenda e detete os seus chavões a tempo.
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