De há uns anos a esta parte, vejo todos os dias gente a dizer e escrever coisas como: «assumi que estarias em casa», «inicialmente, assumimos que era seguro», «não assumas se não tens dados suficientes para o fazer». O que, na verdade, estas pessoas querem dizer é presumir.
«Assumir» é um verbo transitivo que significa:
1. tomar sobre si; atribuir-se
2. encarregar-se de; arrogar
3. adotar; ostentar
4. alcançar; atingir
(Gostaria de ver um exemplo desta última aceção numa frase, porque não estou a conseguir imaginar a palavra com esse sentido, mas está bem.)
Só recentemente – e ao que parece começou tudo no contexto da Filosofia (são terríveis, os filósofos...) – é que se começou a usar o «assumir» para significar a admissão de algo a título de hipótese, como base de uma investigação, de um raciocínio. Este novo «assumir» deriva muito diretamente to «to assume» inglês. Tal como usar «assunção» para traduzir «assumption», quando a tradução correta seria «presunção». Trata-se de um false friend.
À primeira vista, pode parecer presunçoso ligar a estas pequenas distinções – e é fácil dizermos que o «assumir» pode ser facilmente estendido a um «presumir» se o usarmos no primeiro ou no terceiro sentido da lista de definições acima (ex.: «adoto uma determinada proposição como hipótese» ou «tomo como verdadeira certa informação») –, mas nada há de menos presunçoso do que a simplicidade e a clareza. E presumir traduz tão melhor o que queremos dizer... pre-, antes, antes de termos a certeza. Em geral, só assumimos uma coisa depois de estarmos certos dela; já não há margem para especulações: encarregamo-nos, reconhecemos, adotamos. Assim, assumamos de uma vez por todas que, quando supomos, presumimos.
1. tomar sobre si; atribuir-se
2. encarregar-se de; arrogar
3. adotar; ostentar
4. alcançar; atingir
(Gostaria de ver um exemplo desta última aceção numa frase, porque não estou a conseguir imaginar a palavra com esse sentido, mas está bem.)
Só recentemente – e ao que parece começou tudo no contexto da Filosofia (são terríveis, os filósofos...) – é que se começou a usar o «assumir» para significar a admissão de algo a título de hipótese, como base de uma investigação, de um raciocínio. Este novo «assumir» deriva muito diretamente to «to assume» inglês. Tal como usar «assunção» para traduzir «assumption», quando a tradução correta seria «presunção». Trata-se de um false friend.
À primeira vista, pode parecer presunçoso ligar a estas pequenas distinções – e é fácil dizermos que o «assumir» pode ser facilmente estendido a um «presumir» se o usarmos no primeiro ou no terceiro sentido da lista de definições acima (ex.: «adoto uma determinada proposição como hipótese» ou «tomo como verdadeira certa informação») –, mas nada há de menos presunçoso do que a simplicidade e a clareza. E presumir traduz tão melhor o que queremos dizer... pre-, antes, antes de termos a certeza. Em geral, só assumimos uma coisa depois de estarmos certos dela; já não há margem para especulações: encarregamo-nos, reconhecemos, adotamos. Assim, assumamos de uma vez por todas que, quando supomos, presumimos.